Apague as luzes e aperte Play: Clock Tower

Amantes de SNES, hoje eu trago um jogo que talvez não seja muito conhecido. E com certeza não tão fácil de zerar quanto Bomberman, e mil vezes pior que Pacman.

Clock Tower, já ouviram falar?

Clock Tower é uma série de jogos de terror/estratégia, criado em 1995, pela companhia japonesa Human Entertainment.

Em Clock Tower você joga com uma garotinha órfã e indefesa de 15 anos, chamada Jennifer. Seu pai era médico e morreu misteriosamente após ser chamado para atender a uma emergência domiciliar. Depois de longos 7 anos ela e mais três amigas são adotadas pela Sra. Mary e são levadas para uma enorme e assustadora mansão no meio de uma floresta. Essa mansão é marcada por uma imensa torre com relógio, daí o nome do jogo.

Ao decorrer da sua aventura no jogo, depois que Sra. Mary desaparece pela casa, suas três amigas também desaparecem depois de um alto grito, e então você tem que procurá-las nessa mansão enorme e estranha, cheia de segredos. E é aí que o jogo começa.

Como se já não bastasse estar sozinha numa casa estranha, depois que as suas amigas deram um grito de medo e sumiram você encontra um garotinho de oito anos, chamado Bobby, que assassina suas vítimas com uma tesoura enorme elevada ao cubo, que corre incansavelmente pela mansão com a intenção de te matar.

Na primeira vez que entrei no jogo eu fiquei perdida, saí, mas uma semana depois eu coloquei na cabeça que eu tinha de descobrir como jogava aquilo. Pronto, voltei e descobri.

O jogo começa sem música nenhuma,você só ouve os seus passos e o som dos objetos que você toca. Maravilha, só que em um momento do jogo começa a tocar uma musiquinha aterrorizante,fiquem atentos com ela, essa música é sinal de que coisa ruim vem pela frente.

Eu não sei como, mas esse jogo proporciona aquela vontade de fechar tudo e nunca mais voltar lá, e ao mesmo tempo uma vontade louca de continuar jogando e descobrindo alguns segredos.

Na primeira vez que ouvi o grito das amigas de Jennifer, eu só pensei: ”Queridas, se virem sozinhas, as vidas são suas, eu quero cuidar da minha”. Egoísta nem um pouco, certo? Mas aí eu descobri que tinha que salvar elas.Eu não consigo nem me salvar, como vou salvar mais três pessoas? Mas tudo bem, vamos lá.

Na primeira vez que vi o Bobby caindo do teto, com um corpo entre a tesoura gigante, eu arrumei minha postura mais rápido que o The Flash, e falei quase sem conseguir: “Mas que desgra.... O que é que é isso?”. E continuei apertando um monte de teclas pra ver se aparecia magicamente alguma arma na minha mão. Nada, não apareceu nada. E poucos segundo depois, imaginem só...DEAD END.

É nesses momentos que a gente tem vontade de esfolar um vivo. Aí a gente respira fundo, três vezes, não adianta nada, mas dá uma falsa impressão.

Mas... voltando ao jogo. Você tem a missão de resgatar as suas amigas e sair viva da mansão. Vivinha, sem nenhum arranhão.

O jogo tem noves finais, e existe um final secreto que tem gente que jura de pé junto que não existe. Mas pelo que vi, existe, mas é quase impossível.

O controle não é ruim, mas também não é dos melhores. Imaginem só, o Bobby está correndo atrás de você, desesperadamente, e você correndo como se não houvesse amanhã, então você clica numa porta pra mudar de cenário, e a Jennifer simplesmente para e anda calmamente até a porta. Querida, você está sendo perseguida por um garotinho assassino de oito anos. CORRA, INFELIZ.

Ainda sobre o controle, você usa um cursor, parecido com o do mouse pra clicar nas coisas e pegar objetos, apertando Y uma vez ela anda, apertando duas vezes ela corre. Quando o cursor virar um quadrado aperte Y, pode ser algo importante.

Você irá passar a maioria do tempo correndo feito louco, explorando a casa e juntando itens importantíssimos.

Quando o Bobby estiver perto você pode tentar fugir – muito aconselhável – ou se esconder em diversos lugares. Você pode se esconder atrás das cortinas, por exemplo, debaixo da cama, atrás dos armários, dentro da banheira –embora eu ache que se esconder no banheiro seja implorar a morte -.

Nos casos onde você tem que bater no peito e enfrentar a criança fofa assassina que a gente tem vontade de apertar a bochecha até arrancar um pedaço, você aperta o botão B feito um doido varrido pra tentar se livrar e sai correndo – não você, ok? O personagem-.  Mas lembre-se correr gasta a sua vida, então você pode morrer de tanto correr e não porque a criança te achou e lutou com você. E convenhamos é melhor morrer pelas mãos do Bobby, depois que você se preparou muito, do que de tanto correr, e se descuidar, claro, você será inútil do mesmo jeito, mas a primeira morte te garante um pouquinho de dignidade.  A notícia boa é que você pode recarregar a sua vida apertando algumas centenas de vezes o X, até ela se sentar, mas... como estamos em um jogo de terror, isso demora muito.
Clock Tower é um jogo muito bem feito, não acredito que eu ache algum dia um jogo de terror que mexa tanto com as emoções como esse. É incrível. É antigo e bota no chinelo muitos jogos atuais. O jogo tem um cenário que beira a perfeição, e uma das músicas mais assustadoras do SNES, e apesar de você controlar uma garotinha indefesa... bem, essa é a parte interessante do jogo.  Vale muito a pena jogar, mas lembre-se de apagar as luzes antes de apertar o play. 

Para os que ficaram interessados no jogo. Você pode baixar um emulador de SNES - clique AQUI - e depois fazer o download do jogo - clique AQUI -.E para quem se desesperar, aqui tem um detonado - clique AQUI -.