[Parafraseando] - Machado de Assis

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 Após um bom tempo sem nenhum post na tag Parafraseando, eu volto falando sobre Machado de Assis, um dos mais famosos escritores brasileiros... Simplesmente um gênio, grande escritor... Se inveja matasse, tadinha de mim (haha).
E eu levei um mês pra fazer esse post - pura lerdeza - então tratem de comentar (runn')

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Machado de Assis?

Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu no Rio de Janeiro no Morro do Livramento em 21 de julho de 1839, foi um escritor brasileiro, considerado o maior nome da literatura nacional. 

Seus pais foram Francisco José de Assis, um mulato que pintava paredes, e Maria Leopoldina da Câmara Machado, lavadeira açoriana.
Nascido de uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou a universidade. Lutou para subir socialmente aproveitando-se da superioridade intelectual - inteligência é tudo ^^.
Ocupava-se  em celebrar missas, o que lhe fez conhecer o Padre Silveira Sarmento, que, segundo certos biógrafos, se tornou seu mentor de latim e amigo.
Ele escreveu praticamente em todos os gêneros literários. Foi poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário.Foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.

Assumiu diversos cargos públicos, passando pelo Ministério da Agricultura, do Comércio e das Obras Públicas e conseguindo muito cedo mérito em jornais onde publicava suas primeiras poesias e crônicas.

Já adulto, reunido com colegas próximos fundou e foi o primeiro presidente unânime da Academia Brasileira de Letras - isso não é pra qualquer um.

Sua Obra

 Sua extensa obra constitui-se de 9 romances e peças teatrais, 200 contos, 5 coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. Machado de Assis é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas

A obra de Machado de Assis assume uma originalidade despreocupada com as modas literárias  de seu tempo. Os acadêmicos notam cinco fundamentais enquadramentos em seus textos: "elementos clássicos" , "resíduos românticos", "aproximações realistas", "procedimentos impressionistas", e "antecipações modernas"
Em tom absolutamente neutro, sem retórica, as obras de ficção machadianas possuem na maior parte das vezes um humor reflexivo, ora amargo, ora divertido. De fato, uma de suas características mais apreciadas é a ironia, que os estudiosos consideram a "arma mais corrosiva da crítica machadiana".

Sua preocupação no psicologismo das personagens obrigava-o a escrever numa narrativa lenta que não prejudicasse o menor detalhe para que não comprometesse o quadro psicológico do enredo. Sua atenção desvia-se comumente do coletivo para ir à mente e à alma do ser humano .  Por conta destas características, Machado criou um estilo enxuto que os acadêmicos chamam de "quase britânico"

Seus amores e fim de vida

Certo dia Machado teve um encontro que mudou de vez a sua vida. Com a belíssima  portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais. Carolina despertou a atenção de muitos cariocas; muitos homens que a conheciam achavam-na atraente, e muito simpática. E com Machado Assis não foi diferente.

Carolina era cinco anos mais velha que ele; deveria ter uns trinta e dois anos na época do noivado. Os irmãos dela não concordaram que ela se envolvesse com um mulato. Contudo, Machado e Carolina se casaram no dia 12 de Novembro de 1869.

Ele era muito apaixonado por sua "Carola". Entusiasmava a esposa com cartas românticas e que previam o destino dos dois; durante o noivado, Machado havia escrito uma carta íntima que dizia: "...depois, querida, ganharemos o mundo, porque só é verdadeiramente senhor do mundo quem está acima das suas glórias fofas e das suas ambições estéreis."^. Suas cartas endereçadas a Carolina são todas assinadas como "Machadinho". - que casal mais fofo *-*.

Carolina apresentou a Machado os grandes clássicos portugueses e diversos autores da língua inglesa. Revelou recentemente que, frequentemente, a esposa retificava os textos do marido durante sua ausência.Conta-se que provavemente tenha influenciado no modo do marido escrever e, consecutivamente, tenha contribuído para a transição de sua narrativa convencional à realista. Não tiveram filhos

Machado e Carolina  viveram uma "vida conjugal perfeita" por longos 35 anos. Quando os amigos certa vez desconfiaram de uma traição por parte de Machado, seguiram-no e acabaram por descobrir que ele ia todas as tardes avistar a moça do quadro de A Dama do Livro . Ao saberem que Machado não podia comprá-lo, deram-lhe de presente, o que o deixou muito feliz.

Em 20 de outubro de 1904, Carolina morre aos 70 anos de idade. Foi um baque pra Machado, que passou uma temporada em Nova Friburgo. Seu casamento com Carolina fez com que ela estimulasse seu lado intelectual deficiente pelos poucos estudos a que tinha realizado na juventude e trouxe-lhe a serenidade emocional que ele tanto precisava por ter saúde frágil. As três heroínas de Memorial de Aires chamam-se Carmo, Rita e Fidélia, o que estudiosos crêem representar três aspectos da Carolina, a "mãe", "irmã" e "esposa". Machado também lhe dedicou seu último soneto, "A Carolina", em que Manuel Bandeira afirmaria, anos mais tarde, que é uma das peças mais comoventes da literatura brasileira. 

Com a morte da esposa, entrou em profunda depressão, notada pelos amigos que lhe visitavam, e, cada vez mais recluso, encaminhou-se também para sua morte.

Em um documento manuscrito Mário de Alencar escreveu, amargamente: "Venho da casa de Machado de Assis, por onde estive todo o sábado, ontem e hoje, e agora estou sem ânimo de continuar a ver-lhe o sofrimento; tenho receio de assistir ao fim que eu desejo não tarde. Eu, seu amigo e seu admirador grande, desejo que ele morra, mas não tenho coragem de o ver morrer."

Em 29 de setembro de 1908 na casa de Cosme Velho, Machado de Assis morre aos sessenta e nove anos de idade com uma úlcera canceriosa na boca; sua certidão de óbito relata que morrera de arteriosclerose generalizada, incluindo esclerose cerebral, o que, para alguns, figura questionável pelo motivo de mostrar-se lúcido nas últimas cartas já relatadas. Ao geral, teve uma morte tranquila, cercado pelos companheiros mais íntimos que havia feito no Rio de Janeiro: Mário de Alencar, José Veríssimo, Coelho Neto, Raimundo Correia, Rodrigo Otávio, Euclides da Cunha, etc. Este último relatou, no Jornal do Comércio, no mesmo ano do falecimento: "Na noite em que faleceu Machado de Assis, quem penetrasse na vivenda do poeta, em Laranjeiras, não acreditaria que estivesse tão próximo o desenlace de sua enfermidade."Euclides ainda escreveu: "Na sala de jantar, para onde dizia o quarto do querido mestre, um grupo de senhoras – ontem meninas que ele carregara no colo, hoje nobilíssimas mães de família – comentavam-lhe os lances encantadores da vida e reliam-lhe antigos versos, ainda inéditos, avaramente guardados em álbuns caprichosos."

Em Lisboa, todos os jornais da cidade publicaram uma biografia de Machado de Assis, anunciando sua morte.

Frases

• Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

• Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.

• Lágrimas não são argumentos.

• Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão.

• Não tive filhos não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.

• A mentira é muita vezes tão involuntária como a respiração.

• Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.

• Eu sinto a nostalgia da imoralidade.

• Amor repelido é amor multiplicado

• Dormir é um modo interino de morrer.

• O amor é o egoísmo duplicado.

• Pensamentos valem e vivem pela observação exata ou nova, pela reflexão aguda ou profunda; não menos querem a originalidade, a simplicidade e a graça do dizer.